Ocupando uma estreita faixa de terreno no extremo norte do concelho, a freguesia de Vilela é uma das mais povoadas de Paredes. Trata-se de uma freguesia que, com o seu antiquíssimo mosteiro em plano de destaque, foi sempre muito rural. Hoje não o é. A indústria sobrepõe-se claramente à agricultura. As madeiras, bem como outros sectores industriais, marcam o seu presente.
O povoamento de Vilela parece remontar ao período pré-Romano. O território em que actualmente se insere estava na órbita do povoamento fortificado de Vandoma/Baltar, que defendia as terras circundantes. No sítio arqueológico de Costa Figueira, foram recolhidos vestígios dispersos de datação indeterminada, entre os quais um carro votivo em bronze que deve ser do século IV a. C..A toponímia também revela a antiguidade da sua história. O nome Castro alude a uma civilização anterior ao domínio romano em Portugal, Aldarém é topónimo claramente germânico. Quanto a Vilela, significaria uma pequena «villa» agrária, talvez do tempo dos romanos, ou, num sentido ainda mais redutor, toda a história da freguesia está ligada ao velho Mosteiro dos cónegos regrantes de Santo Agostinho. O declínio iniciou-se na primeira metade do século XIX.
Vilela deixou de ser couto e o Mosteiro foi extinto, como o foram todos os outros existentes no país, depois da vitória do Liberalismo na Guerra Civil 1832-1834.Vilela tem um dos mais importantes monumentos classificados do concelho. Trata-se de um conjunto constituído pelo Mosteiro de Santo Estevão, erigido antes ainda da fundação da Nacionalidade e posteriormente coutado por D. Teresa, e pela sua igreja. Foi fundado pelo capitão D. Paio Guterres, filho de D. Guterres, que veio para Portugal com o conde D. Henrique. Em 1118, já era habitado pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho, sendo que, dez anos depois, D. Teresa, como se disse antes, concedeu-lhe inúmeros privilégios, entre os quais a concessão da carta de couto.
Em termos arquitectónicos, destaque-se, num conjunto onde muito já se perdeu, o brasão que encima o portal barroco do mosteiro e a frontaria da igreja, completamente revestida a azulejo monocromático. No interior do templo, o altar-mor é em talha dourada. Tem duas sacristias, uma que em tempos era exclusiva dos frades e a outra das Confrarias do Santíssimo Sacramento, da Senhora do Rosário e das Almas. O Solar brasonado da Varziela, hoje muito degradada, faz parte das belezas da freguesia. A Quinta do Penedo foi riquíssima. Da sua antiga imponência, resta hoje uma velha casa degradada e os vestígios de uma antiga capela. Existem três outras capelas públicas na freguesia: a da Senhora da Saúde (no alto do Monte Seixoso), a de Santo António (no cemitério) e a da Senhora dos Passos.
Dados Gerais
Área: 4,7km²
População: 5160 habitantes
Heráldica
A freguesia de Vilela possui três símbolos heráldicos oficiais, sendo eles o Brasão, a Bandeira e o Selo.
Concluído o processo de Ordenação Heráldica no ano de 2001, estes símbolos representam a nossa freguesia nos aspectos histórico, económico e cultural.
Justificação dos Símbolos
Brasão: É constituído por três partes essenciais:
O Escudo de prata;
A Coroa Mural de prata de 4 torres;
O Listel Branco, com a legenda a negro: «Vilela – Paredes».
A Espiga de Milho de ouro, folhada de verde, entre duas Flores de Linho Azul, botoadas de ouro e folhadas de verde: representam as actividades económicas,destacando-se as dos sectores agrícola e indústria têxtil.
Pedras – Em chefe, duas Pedras de negro realçadas de ouro: representam o orago da freguesia, St.º Estêvão,assim como o secular Mosteiro de St.ºEstêvão de Vilela, cujos monges Agostinhos foram os grandes propulsores do desenvolvimento da freguesia.
Tronco (decote) – Em ponta, decote de verde, com cerne de ouro: representa a indústria do mobiliário,uma importante actividade económica de Vilela.
A povoação de Vilela foi elevada à categoria de Vila, conforme publicação no Diário da República n.0 10II Série – A, de 1 de Junho de 2002.